QUANTOS CORPOS NÓS TEMOS?

  • 28/02
  • Crônicas
  • Nelson Moraes

Muito tem se falado sobre corpo astral, duplo etérico, perispírito, corpo mental, quase sempre os articulistas ao abordarem o tema, recorrem da cultura oriental, entretanto, esquecem que o maior e o mais profundo trabalho investigativo foi realizado por Allan Kardec. Algumas crenças, sugerem que temos vários corpos, algumas, atribuem até o número de corpos disponíveis ao espírito. No Livro dos Médiuns, na segunda parte, cap. 1 item 54, Kardec esclarece:
"Numerosas observações e fatos irrecusáveis, de que mais tarde falaremos, levaram à conseqüência de que há no homem três componentes: 1º, a alma, ou Espírito, princípio inteligente, onde tem sua sede o senso moral; 2º, o corpo, invólucro grosseiro, material, de que ele se revestiu temporariamente, em cumprimento de certos desígnios providenciais; 3º, o perispírito, envoltório fluídico, semi-material, que serve de ligação entre a alma e o corpo.
"A morte é a destruição, ou, antes, a desagregação do envoltório grosseiro, do invólucro que a alma abandona. O outro se desliga deste e acompanha a alma que, assim, fica sempre com um envoltório. Este último, ainda que fluídico, etéreo, vaporoso, invisível, para nós, em seu estado normal, não deixa de ser matéria, embora até ao presente não tenhamos podido assenhorear-nos dela e submetê-la à análise.".
O espírito, a medida que evolui, não troca o corpo perispiritual, este se torna mais sutil adequando-se ao padrão vibratório do espírito. Quanto maior a evolução do espírito, mais sutil será o seu perispírito. Ainda no Livro dos Médiuns no mesmo capítulo, item 55, Kardec confirma: "Hão dito que o Espírito é uma chama, uma centelha. Isto se deve entender com relação ao Espírito propriamente dito, como princípio intelectual e moral, a que se não poderia atribuir forma determinada. Mas, qualquer que seja o grau em que se encontre, o Espírito está sempre revestido de um envoltório, ou perispírito, cuja natureza se eteriza, à medida que ele se depura e eleva na hierarquia espiritual. De sorte que, para nós, a idéia de forma é inseparável da de Espírito e não concebemos uma sem a outra. O perispírito faz, portanto, parte integrante do Espírito, como o corpo o faz do homem. Porém, o perispírito, só por só, não é o Espírito, do mesmo modo que só o corpo não constitui o homem, porquanto o perispírito não pensa. "Ele é para o Espírito o que o corpo é para o homem: o agente ou instrumento de sua ação.".
Conforme o espírito avança e se eleva, passa a atuar e vibrar em um padrão mais elevado, conseqüentemente, amplia seu campo de ação. É esse processo perfeito que limita a ação de cada consciência, permitindo que atuem apenas nos níveis vibratórios em que se ajustam e naqueles que estão abaixo dos padrões que alcançaram. Nos planos espirituais que circundam os mundos e expandem-se por todo o universo, as fronteiras são constituídas por padrões vibratórios da energia da qual se servem os espíritos em suas manifestações. Mergulhados nessa energia, os planos vibratórios não se chocam e nem se confundem, cada qual abriga seus habitantes formando as constelações dos bem-aventurados ou os planos das ilusões e dos sofrimentos daqueles que ainda não elevaram suas consciências a um padrão vibratório condizente com a felicidade que almejam.
Segundo o espírito Aulus, no livro Para Onde Iremos Após a Morte, são os sentimentos renovados a maior força que pode alterar substancialmente o nosso padrão vibratório, facultando-nos o acesso aos planos superiores de vida.

Nelson Moraes