MEMORIAS DE UM EXILADO DE CAPELA

  • 28/02
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  • Nelson Moraes

Em meio ao Universo infinito, brilha uma estrela tão bela! Foi meu lar um dia minha querida Capela! Imigrantes companheiros, que comigo de lá partiram arrastados pelo turbilhão, forçados a buscar nos diversos mundos, testemunhos de renovação. Lembro-me ainda quando aqui chegamos... Havia muito desespero em face ao incompreendido!
Restava apenas a intuição vaga, de um paraíso perdido. Olhos arregalados, observando figuras primitivas da evolução, caminhando por entre nós sem nos dar atenção. Em meio à dúvida que me assombrava... Não sabia se estava acordado ou se sonhava. Muito tempo se passou entre lágrimas e lamentações...
Séculos, representavam para os nossos corações. Eis que em meio às trevas, a luz se fez...
Uma criatura iluminada, dirigiu-nos a palavra com divina altivez. Ressoando como um trovão, sua voz doce e serena se fez ouvir em toda região:

"Meus irmãos... Jamais nosso Pai condenará seus filhos ao sofrimento eterno! É no mundo íntimo de vossas imperfeições, que tem se erguido o inferno.  Exilados hoje de um paraíso, cultivem vossa esperança! Poderão construir outro neste mundo que ainda é uma criança. Reencarnarão em meios primitivos ajudando o progresso, recapitulando vossas lições sob infalível processo. Estarei sempre convosco, farei com que reencarnem em vossos meios, os meus emissários, para que nunca vos falte os recursos necessários. Encarnarei entre vós na posteridade, e marcarei roteiro seguro para a vossa felicidade."

Depois de ouvir estas palavras que nos abasteceram de esperanças, fatos ocorridos em Capela surgiram em minhas lembranças. Há muito pessoas humildes pregavam o desterro das almas impuras, eu sorria debochava para mim eram pobres criaturas. Falavam de um Deus de amor, pregavam a caridade e a humildade, meu Deus, como não pude ver a verdade?
Agora estávamos ali, como crianças em idade escolar, falhamos nos exames, teríamos que recomeçar. Hoje, após milênios de minha estada neste planeta de provação... Sinto próximo os dias de idêntica transição. Seguindo a rota evolutiva perfeita e tão bela, aqui se repetirá a mesma cena de Capela.
Mas algo se modificou não sinto nenhum temor! Hoje eu sou a pobre criatura falando de um Deus de amor!

Nelson Moraes